sábado, 1 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Que Tiro

Atiradores de Elite

Tocaias

O treinamento de tocaia é o componente da escola de atiradores de elite que aguça a aproximação sorrateira do franco-atirador. Os atiradores de elite têm que aprender a se mover vagarosa, paciente e metodicamente. Se necessário, os atiradores ficam deitados por dias na mesma posição para observar um objetivo ou evitar serem descobertos. O Atirador descreve o complicado processo:


"Quando você está rastejando, você fica espantado ao ver coisas no chão que quando não caminha não vê. Quando você está tentando se aproximar sorrateiramente de alguém, até um formigueiro parece uma montanha. Você escolheu suas posições - o próximo lugar até onde você vai rastejar. Você se pergunta se aquilo vai esconder você quando chegar lá, e como vai chegar lá".

Para desenvolver essa habilidade os atiradores têm que passar por talvez um dos mais desafiadores jogos de treinamento - a tocaia.

O treinamento de tocaia é feito numa área coberta de mato. Os alunos começam em uma das beiradas do capinzal. A mil metros de distância, dois instrutores se posicionam em cima de um caminhão ou torre com visores de observadores. Os alunos devem rastejar na direção dos instrutores sem serem vistos. Para aumentar o desafio, os instrutores têm dois soldados no campo chamados andadores. Os instrutores usam rádios para se comunicarem com os andadores e tentar achar o atirador.
Os alunos têm que rastejar de uma distância de 1000 metros até menos de 150 metros dos instrutores, todo o tempo evitando serem descobertos pelos instrutores e pelos andadores. Uma vez posicionados, eles atiram (com munição de festim). Eles devem dar esse tiro com cuidado porque se aparecer o clarão do disparo ou levantar detritos, eles podem então ser facilmente localizados. Após o primeiro tiro, os atiradores devem rastejar até uma segunda posição e fazer um segundo disparo. Para verificar se os atiradores estavam realmente visando os instrutores, os atiradores devem ler o cartão ou contar os dedos que o instrutor está levantando. Treinamento de tocaia é um jogo de tudo ou nada. Se o atirador for localizado em algum lugar, ele perde o jogo. Muitos falham, e o aluno deixa o programa.
Naturalmente exercícios de treinamento são diferentes de ações reais. O Atirador explica desta maneira:

"Em situações reais é muito mais fácil chegar a um objetivo do que você pode imaginar. Quando treinávamos tocaias, os instrutores queriam que chegássemos a menos de 150 metros do objetivo. Em situações reais, você nunca chegaria tão perto de um objetivo. As situações reais são na verdade muito mais fáceis".

Em qualquer lugar, a qualquer hora, atiradores de elite são preparados para usar suas habilidades especializadas para se esgueirarem em situações perigosas e incapacitar uma força inimiga através de uma combinação de reconhecimento próximo e tiro mortal de longa distância. Quando perguntamos ao Atirador se havia alguma coisa que ele realmente gostaria de passar aos nossos leitores sobre atiradores de elite, sua resposta foi, "faça com que as pessoas fiquem sabendo que atiradores de elite não são assassinos, você sabe, garotos sempre pensam isso. Atiradores de elite não são assassinos que chegam sorrateiramente, matam um general e se afastam. Isso é o que os filmes sempre mostram. Pode acontecer, mas é muito raro".

Treino de observação

Já que a maior parte do tempo uma equipe de atiradores de elite passa em missões de reconhecimento observando o inimigo, suas habilidades para o reconhecimento têm que ser impecáveis. A Escola de Batedores Atiradores de Elite do CFNEU desenvolveu alguns "jogos" originais para deixar os alunos afiados na habilidade de olhar as coisas com olhos críticos. Esta seção detalha os jogos usados para ensinar técnicas avançadas de observação.

O Atirador descreve um exercício de treinamento chamado jogo KIMS:

"Eles colocam diferentes objetos sobre a mesa: uma bala, um clip de papel, uma tampinha de garrafa, uma caneta, um pedaço de papel com alguma coisa escrita - 10 a 20 itens. Você fica por ali perto e eles lhe dão, vamos dizer, um minuto para olhar tudo. Então você tem que voltar à sua mesa e descrever o que viu. Não lhe é permitido dizer 'clip de papel' ou 'bala', você tem que dizer assim, 'arame prateado, dobrado em duas formas ovais'. Eles querem que os rapazes da Inteligência decidam (sobre) o que você viu".

O jogo KIMS que o Atirador descreve é jogado repetidamente durante o curso de dois meses. Com o passar do tempo são distribuídos mais objetos e é dado menos tempo para os alunos olharem. Para aumentar o desafio, o tempo entre olhar os objetos e relatar o que viram fica maior no decorrer do curso. No final, eles podem ver 25 objetos de manhã, treinar o dia todo, e então à noite serem solicitados a descrever por escrito todas as coisas que viram.
Um outro jogo de observação acontece no campo com um visor de observador. De acordo com o Atirador:

"O que eles normalmente fariam é esconder coisas no campo, e você apenas se posiciona e tem um certo tempo para achá-las. Poderia ser a ponta de uma caneta pendurada no mato. Você teria simplesmente que olhar toda área naquele campo, você sabe, apontar seu visor para ele e simplesmente fixar o olhar por uns minutos, movê-lo e fixar o olhar no próximo local por uns minutos. Basicamente, após algum tempo, você fica realmente bom em localizar essas coisas com facilidade. Você apenas procura por coisas no campo que não combinam".

Técnicas de observação dos atiradores de elite estão ligadas à sua principal missão: reconhecimento. Tal prática intensa de observação reativa o cérebro da pessoa. O Atirador explica, "mesmo apenas dirigindo pela estrada eu vejo pequenas coisas estranhas nas laterais da estrada que muitas pessoas realmente não notariam".

Tiro ao alvo

A habilidade pela qual os atiradores de elite são mais conhecidos é sua pontaria. A habilidade para atingir alvos tão distantes quanto 91,44 metros não é algo que vem naturalmente. Atiradores de elite treinam para se tornarem atiradores especialistas com um conhecimento profundamente arraigado dos princípios da balística.
MOA (MDA) - o minuto de ângulo (em inglês) é a unidade de medida que os atiradores usam na escola para medir precisão. Quanto maior a distância do alvo, menor a precisão, já que forças naturais como a resistência do vento agem sobre a bala enquanto ela se desloca pelo ar. O MDA mede a precisão do tiro levando em consideração a distância de que foi disparado. A fórmula básica é 2,66cm para 91,44 metros, ou, para fins práticos, 2,9 cm para 100 metros. Para cada 100 metros que a bala percorre, você acrescenta 2.9 cm de variação.

As duas maiores variáveis que afetam a trajetória da bala são vento e gravidade. Quando calculam o alcance de um alvo, os atiradores devem levar em conta como o vento afeta o deslocamento naquela distância. Equipes de atiradores podem se utilizar de indicadores como fumaça ou folhas balançando para ajudá-las a ler o vento.

Apesar da alta potência do tiro de um rifle, ele ainda é afetado pela gravidade. Se você disparar um rifle de um atirador de elite paralelo ao solo no mesmo momento em que você deixa cair uma bala da altura do cano, a bala disparada e a que você deixou cair atingirão o solo ao mesmo tempo. Como uma bala se desloca através do ar, a gravidade a puxa para baixo. Quando mirando em um alvo, os atiradores devem freqüentemente compensar o tiro mirando "acima" do alvo.
A temperatura do ar também afeta uma bala. O ar frio é mais denso do que o ar quente e assim oferece mais resistência à bala. Por outro lado as balas cortam melhor o ar quente. Mas o Atirador explica que porque a umidade freqüentemente acompanha o ar, que também afetará a bala, essa é ainda uma outra variável a ser considerada. "E com vento, calor e umidade, se você considerar todos os fatores é impressionante você conseguir acertar alguma coisa".

Mesmo em condições ideais de tiro, os alvos podem estar em ângulos difíceis ou em movimento. Os atiradores de elite são ensinados a lidar com esses problemas.
Afinal de contas, quanto mais longe um atirador puder ficar do seu alvo e ainda assim for preciso, mais eficiente ele é e é menos provável que seja descoberto. Usando munição de 7,62mm, atiradores podem atirar quase que silenciosamente se dispararem de uma distância acima de 600 metros. Uma bala sai do cano do rifle mais rápido que a velocidade do som. O estampido que a bala faz é um pequeno estrondo sônico. Mesmo se um alvo não ouvir o tiro do rifle, ele ouvirá a bala passando. Mas a resistência criada pelo vento em uma bala de 7,62mm diminui seu deslocamento para velocidades subsônicas por volta de 600 metros. Assim, a distâncias acima de 600 metros, a bala não faz mais aquele estampido característico do disparo.

Atiradores de elite passam muito tempo na escola estudando os livros e na sala de aula aprendendo os princípios de balística, efeitos do vento, densidade do ar, e muitas outras variáveis que afetam a trajetória de uma bala. Mas no fim do dia isso pode ser explicado pelo que os atiradores chamam de "tiro ao alvo". A mais valiosa sala de aula de um atirador é o estande de tiro. Atiradores de elite não têm tempo no campo de pensar em teoria. Horas no estande ajudam os atiradores a "sentirem" como aplicar esses princípios.

Escola de Atiradores de Elite

Todo segmento das forças armadas utiliza atiradores de elite em alguma função. Os SEALs, CCT, e Comandos do exército têm elementos atiradores de elite em suas unidades. E embora todos tenham suas respectivas escolas de atiradores de elite, há uma escola que se destaca: a Escola de Batedores Atiradores de Elite do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.


A Escola de Batedores Atiradores de Elite do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos é amplamente considerada nas forças armadas como o melhor programa de treinamento de atiradores de elite. Os Fuzileiros Navais oferecem um excelente programa que treina candidatos a atirador de elite em todos os segmentos das forças armadas. Os poucos candidatos que são aceitos para freqüentar a escola representam alguns dos melhores que aquele segmento tem a oferecer. Menos ainda saem "Batedor Atirador de Elite Qualificado".
Quando selecionam um candidato, os comandantes não estão procurando por "bons atiradores" ou "matadores natos". Há muitos soldados que são hábeis com um rifle e têm o treino e habilidade para tirar a vida de um inimigo se necessário. Ser um atirador de elite exige uma enorme responsabilidade. O que o comando procura é um soldado que possui boa capacidade de decisão e cabeça fria.

"Você não quer um cabeça quente para ser um atirador de elite", diz o Atirador. Atiradores de elite devem ser capazes de agir por si só. Você tem que ser independente, sabe, de modo que quando não está com sua unidade tem que ser capaz de tomar decisões firmes por conta própria sem consultar ninguém.

O programa de Batedor Atirador de Elite dos Fuzileiros Navais é um curso de dois meses. Os estudantes têm treinamento físico e prática no estande de tiro todos os dias. Tem ainda "jogos" que ensinam as habilidades que atiradores de elite necessitam no campo. O tempo na sala de aula é utilizado para se aprender os princípios de cálculos de distância, efeitos do vento, pressão barométrica e posicionamento e táticas. No curso de dois meses os alunos se exercitam nos três componentes básicos de treinamento de atirador de elite:
-Boa pontaria

-Observação

-Tocaia
De acordo com o Atirador, "não é você ler um livro e ir fazer o serviço. Você tem que treinar sempre, e se você parar por algum tempo pode perder suas habilidades. É uma habilidade perecível". Você tem que praticar e praticar, e se você parar por algum tempo pode perder suas habilidades.

Um dia no escritório

Equipes de atiradores de elite são agregadas a unidades de operações especiais. Os soldados que compõem essas unidades representam os membros de elite das forças armadas. Há sempre conflito em algum lugar do mundo, e unidades de operações especiais podem ser envolvidas nesses conflitos mesmo se as forças regulares não forem. Um soldado atirador de elite deve passar seus dias treinando e se preparando para ser utilizado a qualquer hora.

Nas palavras do Atirador, "não existem dias comuns. Se você estiver em uma missão, seu dia seria ... deslocar-se para o objetivo ... caminhando pelas matas o dia todo para chegar onde você precisa ir ou simplesmente deitando no mato e observando uma posição durante o dia inteiro. Se você está de volta ao quartel, então você está treinando".

Uma grande parte do planejamento acontece antes dos soldados chegarem ao campo. O atirador numa equipe é parte do planejamento da missão. O Atirador descreve o processo pré-missão:

"O que deve fazer é estudar a missão: o anúncio , a ordem de operação, que define quem vai fazer o que, onde as pessoas vão estar em um determinado momento, e isso não serve só para o atirador, mas, para o pessoal na unidade, desde o soldado raso até o comandante da companhia. Todos têm que saber o que está acontecendo. Você tem que memorizar freqüências de rádio. O material não deve ser levado junto, porque se for apanhado, o inimigo tem todas as freqüências e sinais de chamada. Então, terá que memorizar o máximo que puder. Estude seu terreno, onde vai estar, a missão, a rota, como chegar ao objetivo da melhor maneira, quanto tempo tem que ficar lá, porque todos os demais estão vindo atrás de você, então tem que chegar lá antes deles. Basicamente, a preparação da missão acarreta saber o que está acontecendo com cada um".

Trajes Ghillie

Se você já viu um atirador de elite nos noticiários ou num filme, então você provavelmente reparou naquela aparência perturbadora, meio homem, meio mato. Isso é graças a um traje ghillie. A finalidade do traje ghillie é fazer o atirador desaparecer no ambiente.


A palavra ghillie é uma antiga palavra escocesa para um tipo especial de guarda caça. Os ghillies tinham a tarefa de proteger os animais de caça nas terras de seus Lordes. De tempos em tempos, os ghillies tocaiavam os animais escondendo-se no mato ou permanecendo completamente imóveis. Eles esperavam por gamos descuidados se aproximarem lentamente e então saltavam e os agarravam com as próprias mãos. Os ghillies levavam então seu prêmio de volta ao castelo para que o Lorde pudesse abatê-lo numa "imitação de caça".

Trajes ghillies são basicamente velhos uniformes militares que os atiradores modificam para sua função especial. A barriga do uniforme é reforçada com lona pesada para ajudar a acolchoar o tronco do atirador durante horas ou dias deitado sobre seu estômago. Rede de camuflagem é acrescentada ao uniforme. Essa rede é usada para prender tiras de pano velho ou outros materiais desgastados. Trajes ghillies são geralmente pintados para se confundirem com o meio ambiente do campo de batalha. Elementos locais como ramos e galhos podem ser acrescentados para complementar a camuflagem do traje ghillie.

Nada na natureza tem linhas perfeitamente retas, assim equipamento como rifles e antenas freqüentemente revelam posições escondidas. Para compensar isso, os atiradores de elite fazem também pequenos trajes ghillies para seus rifles. Usando os mesmos princípios de camuflagem, atiradores envolvem seus rifles com lona e com pequenas mangas que os fazem misturar-se com o ambiente.
Soldados são treinados para manterem os olhos atentos para coisas estranhas ao seu redor que podem representar uma ameaça. A forma humana é uma das mais reconhecíveis na natureza. Atiradores e observadores treinados sempre procuram por cores e contornos quando tentam localizar um inimigo no mato ou outro terreno. Trajes ghillies ajudam o atirador a dissimular sua silhueta, esconder linhas retas no seu equipamento e dissimular sua cor no ambiente. "Com um bom traje ghillie," explica o Atirador, "você pode se esconder num canteiro e ninguém seria capaz de vê-lo".

Visores de Atiradores de Elite

Depois do rifle propriamente, o segundo componente mais importante do sistema de arma do atirador é o visor do atirador de elite. Um visor de atirador de elite é basicamente um telescópio contendo componentes que colocam uma mira de (linhas cruzadas) sobre a imagem amplificada.
Visores de atiradores de elite são essencialmente telescópios especiais.

Quando mirando um alvo através de um visor, atiradores de elite estão comparando ponto de mira com ponto de impacto. Colocado de uma maneira simples, quando disparando uma bala de mais de 600 metros de distância, onde você está mirando não vai ser o local de impacto. Todo tipo de variantes agem sobre essa bala durante sua longa trajetória até o alvo. O ideal para esses atiradores é que o ponto de mira e o ponto de impacto sejam o mesmo. Eles alinham esses pontos no visor com ajustes finos assim que o alcance, calor e direção e velocidade do vento foram calculados para o tiro.

Os visores Unertl para atiradores de elite utilizados pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos têm as lentes em tubos de aço que são montados em um suporte sobre o rifle. Pesam aproximadamente 1kg e têm aproximadamente 25 cm de comprimento. Têm lentes 32x10 fixas. Isso significa que são capazes de aumentar uma imagem 10 vezes o seu tamanho. O atirador de elite usa a mira de linhas cruzadas com pontos (em inglês) para alinhar e mirar o alvo. Os pontos circundam o centro do alvo e permitem ao atirador estimar a distância entre objetos e fazer ajustes para o vento ou alvos móveis.
Esses visores possuem compensadores para a gravidade (BDC-CPG). O CPG parece com um pequeno mostrador redondo e auxilia o atirador a ajustar o visor para compensar as variantes do campo de batalha, bem como o comportamento natural dessas balas durante o trajeto. Com o CPG os atiradores podem fazer mudanças precisas no visor sem tocar nos ajustes de alcance. Um atirador de elite pode fazer o ajuste para qualquer alcance até 915 metros, bem como fazer ajustes para cima, para baixo, para a esquerda ou para a direita.

Rifles de Atiradores de Elite

"Um tiro, um acerto" é o lema do atirador de elite. Conseguir isso não seria possível sem os rifles especialmente modificados usados no campo por atiradores de elite. Um rifle de atirador de elite tal como o M-21 ou PSG-1 (em inglês) nas mãos de um atirador de elite altamente treinado pode ser uma arma mortal à distância de mais de 1,5 quilômetro. O Atirador usava um M-21: "era um M-14 militar com melhorias - partes de madeira ocas, culatra de fibra de vidro, sistema ótico e mecanismos de gatilho diferentes".

Melhoria significa que o rifle foi bem ajustado por um armeiro profissional para assegurar a mais alta precisão e confiabilidade possíveis. Rifles melhorados são também usados para competições de tiro. Um rifle melhorado combinado com munição melhorada, feita a mão, asseguram uma consistência que é muito importante para o atirador.
Além disso, rifles de atiradores de elite apresentam um cano flutuante para assegurar que o cano encoste o mínimo possível na arma. Isso reduz a vibração causada pelo recuo. Também, rifles de atiradores de elite são normalmente projetados ou modificados para incorporarem materiais de fibra de vidro ou material composto para evitar o efeito da umidade na culatra. Qualquer dilatação da madeira pode afetar a precisão do tiro.

Rifles de atiradores de elite são geralmente rifles de ação por ferrolho. Isso significa que o atirador tem que carregar e armar cada tiro que ele dispara. Uma vez disparado o tiro, ele tem que tirar a cápsula e carregar outra bala. Embora sejam mais difíceis de operar e têm uma cadência de tiro muito menor, rifles com ferrolho são preferidos porque têm menos peças móveis do que armas automáticas. Embora existam rifles de franco-atiradores semi-automáticos, tal como o M-21. O comando franco-atirador do Exército tinha isto a dizer sobre como a natureza dos diferentes rifles pode afetar o franco-atirador: "se você dispara uma arma com ferrolho, você tem que recarregá-la, e esse movimento pode denunciá-lo. Mas também, o tiro sendo disparado de um rifle semi-automático pode denunciá-lo". No final, vai da preferência pessoal de cada atirador.
Há muitos tipos diferentes de rifles de atiradores de elite fabricados por diversos países ao redor do mundo. Em média, eles custam entre US$ 8 mil e US$ 15 mil.

Equipes de Atiradores de Elite

Armas de equipe são aquelas que precisam de mais de uma pessoa para operar. Armas como metralhadoras pesadas ou peças de artilharia são exemplos de armas de equipe. Um rifle desses atiradores também é considerado uma arma de equipe. Embora seja necessária apenas uma pessoa para disparar esse rifle, na realidade são necessários dois soldados para conseguir extrair o máximo do sistema dessa arma. Eis porque atiradores de elite sempre trabalham em dupla.
Uma equipe de atirador de elite consiste de um atirador e um observador. A equipe de dois homens oferece muitas vantagens sobre a colocação de um único atirador no local. O observador carrega seu próprio visor especial que é muito mais potente do que o do rifle do atirador. O observador utiliza seu visor para auxiliar o atirador para observar objetivos e ajustar o tiro. Os dois soldados trabalham juntos para chegar ao objetivo com segurança e discrição para, então, se posicionarem. Eis o processo geral:
-A equipe de atiradores de elite utiliza mapas ou fotografias para determinar o melhor caminho para o objetivo
-Eles caminham ou "rastejam" (mais este último) desde o ponto de onde vão iniciar a missão até o objetivo
-Eles fixam uma posição
-Eles se certificam que a posição é bem camuflada
-Estabelecem uma rota de fuga e uma segunda e bem camuflada posição recuada no caso de terem que se separar

-Localizam o alvo (ou sabem que está a caminho)
-Eles se posicionam

-O atirador escolhe um lugar no solo que lhe oferece o melhor campo de tiro.

-O observador deita no solo ao lado e ligeiramente atrás do atirador, coloca seu visor de modo que fique o mais próximo possível da parte inferior do cano do rifle

-Eles trabalham juntos para alinhar o alvo, ler o vento, e o ângulo e o ajuste para outras variáveis que possam influir no tiro
-Eles esperam pelo alvo

E nas palavras do Atirador, "então você simplesmente atira e foge dali ".

Uma vez que o tiro é disparado, o observador acompanha o tiro para auxiliar o atirador a reajustar sua mira ou sua posição no caso improvável dele errar o alvo. O modo como o observador acompanha o tiro é fascinante. Munições de alta velocidade e longo alcance como a do tipo utilizada num rifle de atirador de elite deixam uma esteira de vapor enquanto cortam o ar. O observador pode acompanhar o tiro ficando atento a essa esteira de vapor. O Atirador diz, "parece apenas ar remexendo". Você pode ver através dele, mas você vê a distorção".
Em missões de observação, os dois podem se revezar utilizando o visor do observador para espionar o inimigo. Isso ajuda a evitar a fadiga do olho e permite a um elemento da equipe descansar enquanto o outro observa. Isso é importante, já que em muitos casos eles podem ficar lá observando por dias seguidos.
O trabalho mais importante do observador é proteger o atirador e a equipe. Para essa tarefa, o observador carrega um rifle de assalto automático como um M-4 ou M-16 (em inglês). O Atirador explica porque esse poder de fogo é importante: "se você estiver lá e for atacado, um rifle de atirador de elite não é realmente bom para ajudá-lo a escapar".
O relacionamento entre o atirador e seu observador é muito importante. Primeiro e antes de tudo, os dois dependem um do outro para sobreviver. Equipes de atiradores de elite trabalham na terra de ninguém entre ou atrás das linhas de batalha. Eles freqüentemente têm pouco ou nenhum apoio de sua unidade, e se não levarem a cabo sua missão, a segurança de todo o pelotão pode ficar comprometida.
Ser o observador numa equipe de atirador de elite é uma espécie de aprendizado para atirador. O atirador é o chefe da equipe. Ele coordena com o comando para executar a missão. No campo ele tem a palavra final em determinar a rota, posição, ponto de encontro e rota de fuga. Um observador aprende no campo com seu atirador e então finalmente recebe sua própria equipe para liderar.
Um atirador de elite é um soldado altamente treinado que se especializa em atirar em alvos com rifles modificados de distâncias incrivelmente grandes. São também peritos em ações furtivas, camuflagem, infiltração e técnicas de observação.
Os atiradores de elite das forças armadas são utilizados numa variedade de missões no campo de batalha e sua missão primordial não tem nada a ver com puxar um gatilho. O papel principal do atirador de elite no campo de batalha é reconhecimento. Por atiradores de elite serem mestres da dissimulação, servem perfeitamente para se esgueirar atrás das linhas inimigas para fornecer ao comando informações sobre o tamanho, força e localização do inimigo.

Quando a missão exige, atiradores de elite podem também desmantelar e desencorajar o inimigo com alguns poucos tiros de rifle bem colocados. Em vez de enfrentar toda a força do inimigo como a infantaria tradicional, esses atiradores concentram seus esforços em "caçar" pessoas-chave: oficiais, pilotos, motoristas de blindados, técnicos e operadores em comunicação. Com tiros precisos que matam sem aviso, soldados atiradores de elite quebram tanto a disposição quanto a capacidade de lutar do inimigo.

Quando não há um objetivo específico, um atirador de elite procura alvos de oportunidade. Seguindo os movimentos do inimigo, eles esperam pacientemente pelos soldados que nada suspeitam apresentarem a oportunidade para um tiro perfeito. Um oficial fazendo uma pausa para fumar um cigarro, um piloto fazendo a inspeção pré-vôo de seu helicóptero, um soldado armado em patrulha, esses são todos alvos de oportunidade.

"Você quer fazer o melhor para ajudar seus companheiros ao máximo". Isto é o que o Atirador tinha a dizer sobre como selecionar alvos de oportunidade. Ele continua:

... quando está nas forças armadas, você tem experiência para saber como age um comandante. Você conhece um soldado raso, um soldado qualquer geralmente vai sentar atrás de um monte ou em um buraco com sua arma. Olhando, você pode dizer quem é quem: 'Muito bem, este cara está em comando e aquele não é ninguém', só pelo jeito dele agir. Essa é uma das razões pela qual você não deve fazer continência a oficiais no campo. Digamos que, no campo, você está lá observando e algum cara passa e faz continência a alguém, você sabe que ele é um oficial. Essa é uma das coisas em que você repara.

Atiradores de elite também são utilizados em funções de apoio. Essas funções de apoio podem ser uma posição de observação ou uma ação de bloqueio. Quando o atirador está numa posição de observação, ele se coloca em um local dissimulado que lhe dá uma visão clara do campo de batalha. De lá, ele pode apoiar a força de assalto eliminando forças inimigas que estão colocando em risco o avanço do pelotão. Em uma ação de bloqueio, esses atiradores se posicionam para ajudar a manter uma posição que é controlada por seus pelotões. Podem se posicionar em cima de um telhado e auxiliar as forças no solo a defenderem sua posição.

Esses atiradores de elite não atiram só em pessoas. Eles freqüentemente recebem ordem para destruir alvos materiais. Um atirador de elite pode atirar em geradores, rádios, transmissores ou em suprimentos de combustível e água. Colocar uma bala de calibre .50 (12,7mm) no bloco do motor de um helicóptero ou caminhão é tão eficiente quanto colocar uma no homem que o pilota ou dirige.
Atiradores de elite são o que os estrategistas militares se referem como multiplicadores de força. Colocado de uma forma simples, um multiplicador de força é um indivíduo ou uma pequena equipe que, através do uso de táticas especiais, pode causar danos a uma força muito maior. O que é impressionante sobre esses atiradores é que eles são capazes de multiplicar a força sem jamais terem que enfrentar diretamente o inimigo.

Por causa da natureza de suas missões, atiradores de elite deslocam-se com muito pouco equipamento, movendo-se pacientemente sob a cobertura do mato ou da noite. Mas eles nunca andam sozinhos. Equipes de atiradores de elite freqüentemente têm que ficar imóveis por horas ou dias seguidos para evitarem ser detectadas, esperando pelo momento certo de disparar o tiro. Na próxima seção, aprenderemos como equipes de atiradores de elite trabalham juntas para conseguir "o tiro perfeito".